Ela...

É incrível quando um turbilhão de inspiração toma conta da mente... É indiscutivelmente surreal...
Como dominar esse rio de palavras aleatórias que fluem em direção ao mar sem um único desvio ou barreira?
Minha inspiração que havia fugido a anos atrás, agora volta assim, do nada, revirando meus ideais, meus estímulos, minha consciência, e tudo que, por um instante, era meu.
Ela veio assim, me dominando, fazendo fluir de minha boca, pensamentos pseudo-falantes, que já não são mais pseudo-falantes porque agora eles falam através de minha boca. Cale-me!
Tanto pedi para ela voltar e ela nunca me ouvia, e agora que voltou, eu não sei mais lidar. Ela só quer saber de falar, pensar, filosofar...
Meu corpo não é mais meu, agora é dela!
Hoje, eu sou só um objeto da minha própria inspiração e quero viver assim, por todos os segundos que ainda me restam.
Esse turbilhão surreal de imagens e palavras e imagens e palavras e imagens e palavras...
A falta de culpa, a excitação momentânea prolongada, o ápice do prazer indiscutivel!
Algo dentro de mim dispara. Acho que é o coração. Ele vive!
A respiração se mostra ativa através de suspiros inebriantes de orgasmos inexistentes, mas que parecem surgir junto com uma adrenalina instável.
Ah... Minha inspiração... por quanto esperei você voltar! (dá-se um outro profundo suspiro)